sábado, abril 30, 2011

Do tupi:. Acaiu = noz


Das minhas sensações e lembranças sensoriais mais antigas, remotas, trazidas da infância está o cheiro.

fruta, suave penetrando no nariz, seduzindo, aos poucos invadia a casa todas as quartas, quando “voinho” voltava da feira, em uma mão a sacola colorida de náilon, e na outra um balde, até o topo da fruta. “coisas de natal! RN”

Quero dar aula na UFRN um dia, mesmo que seja a última coisa que faça. Quero morar novamente em natal...

Mas era a frutinha que estávamos falando, dela consta que Nassau era apaixonado pelo sabor exótico, ao paladar do forasteiro.

Ao falar dela não tenho como deixar de lembrar de Natal, Câmara Cascudo, filho da terra, já falava que a árvores desta fruta “ é o elemento popular da marcação do tempo. Segundo o calendário dos tupis, acajú também significa ano, coincidindo com o ciclo de frutificação do cajueiro. Em cada ano, guardava uma castanha da fruta em uma cabaça, sabendo assim a quantidade de anos já vividos”

Estou falando do caju, a fruta multitarefa, que combina com os tempos modernos, com tantas variedades de sabores e em tudo se aplica. Da fruta a indústria.

Logo verás....


sabor da fruta

Da família da manga e do pistáchio, com cor vibrante avermelhado ou amarelo ouro, em formato de pêra, tem sabor cheio de doçura, com nuances do azedo, um misto de mel que escorre pelas entranhas e ao mesmo tempo quando passa por ela, deixa a sensação que não sei descrever. Como se passasse pela gengiva e os dentes o liquido secante, tornando em um ciclo, um novo contato da polpa carnuda, consistente, fibrosa, dá lugar ao suave sabor enfeitiçado a cada mordida.

castanha-

As sementes que possuem o formato curioso de rim, tem um sabor único, suave, como consistência dura que me enlouquece a cada nova degustação.

"marvada" –

A frutinha danadinha, na vida adulta descobri em natal mesmo, um dos retornos.... a bebida “ macororó” ou “ mucororó”. Sua bebedeira dizem não sei traz a “memória perdida”.

industria –

Aconcelha-se comer o caju sem casca, pois ela é rica em uma resina corrosiva, conhecida como bálsamo de cajú daí a “sensação de secura”. Usa-se pela industria na produção de componentes que vão de vernizes a inseticidas. No colégio técnico descobri outra propriedade, usa-se também na fabricação de polímeros.

simplificando tudo isso e encurtando a prosa que ficou longa o caju tem o doce sabor da ingenuidade. Da tenra infância que vivi em natal.

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